04 de junho de 2024

Estrelas do mercado imobiliário nacional, Balneário Camboriú e Itapema, que lideram o ranking do metro quadrado mais caro do país, tiveram uma ligeira desaceleração nos índices de valorização em 2024. É o que mostra o mais recente relatório FipeZap+, divulgado nesta terça-feira (4), com dados do mês de maio. Se considerada a valorização dos cinco primeiros meses do ano, tanto Balneário Camboriú quanto Itapema ficaram levemente abaixo da média das cidades avaliadas pelo FipeZap+, que representam os 50 maiores mercados imobiliários do país. O índice médio de aumento de preços no Brasil foi de +2,93%. Em Itapema, que ocupa o segundo lugar no ranking, o percentual ficou em +2,87%. Em Balneário Camboriú, foi de +2,53%. Líder absoluta no valor do metro quadrado no Brasil há mais de dois anos, Balneário já vinha dando sinais de estabilização. Nos últimos 12 meses, valorizou +5,98% – o dobro da inflação, mas praticamente empatada com a média nacional, que ficou em +6,07%. A líder de mercado teve um bom mês de maio, com uma das melhores valorizações do estado, de +1,17%. Itapema, no entanto, que vinha segurando o índice surpreendente de +13,10% de valorização nos últimos 12 meses, teve um mês bem mais discreto, com +0,27% de valorização de preços.

A desaceleração é possível ser constatada comparando os dados com os do mesmo período no ano passado. Em maio de 2023, os imóveis em Balneário Camboriú acumulavam uma alta de 7,21% no ano e de vertiginosos +22,46% em 12 meses. Em Itapema, eram +8,71% desde janeiro e 18,58% de alta em 12 meses. No mesmo período, a média do índice FizeZap+ foi e +2,02% de janeiro a maio, e de +5,67% em 12 meses. Especialista em mercado imobiliário, o consultor Bruno Cassola diz que essa desaceleração nas duas cidades que têm o metro quadrado mais caro do país é um fenômeno natural:  No período pós-pandemia o mercado do país viveu o auge, e aqui tivemos um potencial muito grande de alavancagem. Mas o mercado em Balneário Camboriú, especialmente, tem ciclos de cinco anos. É o prazo de aquisição dos terrenos, execução das obras e entrega. É natural depois de um ciclo de crescimento ocorra uma estagnada – avalia.

Ainda segundo ele, uma análise importante a ser feita pelos investidores é que, apesar da desaceleração, o mercado local continua em alta – nunca registrou baixa de preços, ao contrário e outros mercados no país, onde eventualmente ocorre desvalorização por diferentes fatores. A tendência, no entanto, é que a estabilidade dure pouco tempo. Cassola acredita que novos investimentos, públicos e privados, tragam uma nova onda de aceleração de preços em breve:  A cidade tem que entregar ais diferenciais para manter o índice de valorização, e vêm pela frente o novo calçadão da Avenida Atlântica, novas opções de entretenimento e melhores empreendimentos. A nova linha de produtos (da construção civil) parte de R$ 6 milhões na Avenida Brasil, e os lançamentos à beira-mar partem de R$ 20 milhões na planta. A tendência, portanto, é dar um novo salto.